29 de mai. de 2011

BLAISE PASCAL

Blaise Pascal afirmou certa vez que: "Não se pode provar que Deus existe. Mas se Deus existe, o crente ganha tudo (céu) e o descrente perde tudo (inferno). Se Deus não existe, o crente nada perde e o descrente nada ganha. Portanto, há tudo a ganhar e nada a perder ao acreditar em Deus.” 

Esse era um pensamento correto e exemplar. Só que, quando se começa compartilhar com outros princípios e idéias, pode-se entender que esta frase ou colocação não há sentido nenhum.

Primeiramente aqui ele não afirma que a existência de Deus é presente e certa, mas sim fala sobre o crer em Deus. Mas pergunto: a que Deus ele se refere? Que Deus e de qual religião? Seria o Deus cristão? Judeu? Budista? Hinduísta? Islâmico? Jesus? Yahweh? Devas? Visnu? Brahma? Alá?

Como um bom católico creio que ele afirma ser o Deus judeu que consequentemente seria o próprio Yahweh, que é o mesmo Alá adorado pelos muçulmanos. Será que poderia ser os dois? Fica uma certa confusão nesta questão.

Como escrito neste artigo, Conversão em palavras, nos demonstra como se dá uma conversão, muitas vezes por uma uma ameaça profunda quando não se possui nenhuma crença em um Deus ou religião determinada. São palavras altamente ameaçadoras, que não causam credibilidade, mas somente palavras de intimidação.


Se há um Deus ou algo existente que domine este vasto universo, creio que, se fomos criados sua imagem e semelhança, como costumam dizer, não há razão nenhuma para sermos devorados ou destruídos porque alguém não crê ou já não se tem mais certeza de sua existência. A verdade é que não há indícios convincentes para tal crença. E sobre este assunto, creio que não cabe a estes o peso da justiça de um deus irado descrito por Pascal. Mesmo porque, se há um Designer, o desenho foi feito erroneamente e o desenho não pode questionar o seu desenhista, ele é simplesmente fruto daquilo que o primeiro desenvolveu. O que tem o desenho de culpa nisso? Nada.


O pensamento deve ser livre.


Muita gente perdeu tempo, dinheiro, conhecimento e acima de tudo liberdade, quando se propõe a dedicar-se a uma religião. O pior é que não se pode voltar mais no tempo, só tentar recuperar o que já foi perdido.

Uma coisa sabemos: existem muitos que estão dentro das igrejas por puro medo de retaliação espiritual e que seja jogado no "fogo do inferno". Muitos se comportam não como adoradores de seus deuses, mas simplesmente por medo de um futuro de sofrimento. É como se fossem por um simples alívio da consciência e sintam-se mais leves por terem cumprido seu dever semanal. Outros fazem atrocidades porque creem que serão fartos no seu paraíso e outros fazem bondades porque também esperam recompensas em seu paraíso prometido.

Então o que se pode dizer é que essa aposta fala-se somente sobre o crer e não o existir, além disso, Pascal não levou em consideração os tipos de infernos que hoje são pregados pelas diversas religiões, o que torna mais difícil ainda sua aposta ter dado certo.

23 de mai. de 2011

Pastor diz à esposa moribunda: Apegue-se a Jesus, pois nos encontraremos de novo

Essa foi a frase que iniciou o seu artigo o Sr. Julio Severo em seu blog de mesmo nome.
Fala sobre a perseguição de islâmicos ou muçulmanos à cristãos na Nigéria.
Existe este tipo de problema em todo lugar.
Escrevi um comentário: " Disse Karl Marx: a religião é "ópio do povo" e eu fui mais longe dizendo que a mesma é "a arma de qualquer povo" seja ela em qualquer lugar, cidade, estado ou nação. Muitas pessoas continuarão morrendo em defesa de sua religião: cristãos, islâmicos, budistas, hinduístas, e etc. A religião só existe porque o homem crê que a sua é melhor que a do outro e mata por ela".
O pior é que entre eles mesmos há uma grande cisão, discensão, divisão. Os católicos e protestantes continuam se degladiando e se auto-matando em nome do cristianismo na Irlanda. Os islâmicos continuam se matando e se auto-degladiando porque uns são sunistas, outros xiitas. Os budistas não se entendem muito bem com o pessoal chinês, devido a libertação do Tibete e sempre há quebra-pau (desculpem o termo). Os hinduístas parecem não se darem bem com os muçulmanos (pensei que eles só perseguissem os cristãos) e abrem fogo contra seus opositores. O mais engraçado é que seu líder maior Mahatma Ghandi escreveu, entre outras frases esta aqui: A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade. Os hinduístas são ótimos para demonstrarem isso.
A história está cheia de atrocidades causadas pela religião e continuam a causar até hoje e vão continuar causando no futuro. Afinal, o que se pode esperar da religião? 
Julio Severo, sei que você não deve ler bloguizinhos chulas, pequenos e de pouca valia como este, mas seja bem vindo para efetuar seus comentários aqui. Eles são publicados na mesma hora. Afinal, gostaria de saber por que você acha que sua religião é melhor que a dos outros? pergunta que fiz e não respondido e muito menos publicada em seus comentários. O que ela tem de melhor para oferecer? O que o faz pensar que ela é melhor e a mais certa? Baseado ou firmado em quê? Por que você acha que seu livro sagrado é superior aos outros livros sagrados?
Fique à vontade. Como mostra a foto do Barack: a fala é sua!!!!!

21 de mai. de 2011

CORAGEM PARA MUDAR


Quando a gente passa a reconhecer que estava errado, os mais chegados que nos viram fazer coisas em prol do reino de Deus, não aceitam e nem conseguem entender que simplesmente você deixou de crer em tudo aquilo que cria, não por rebeldia ou mesmo frustrações como dizem, mas pelo fato de investigações sérias e respostas sem sentido provenientes do lado religioso.

Eis alguns fatos que me fizeram mudar e repensar em muita coisa e creio que repensar, raciocinar e investigar sejam alvos mais interessantes de se buscar.

Escrevo-os em conjunto com o Ricardo Gondim (em negrito e itálico). Alguns grifos meus aparecem junto dos dele.

1. Não consigo mais acreditar no Deus que interfere na humanidade, que necessita de ouvir orações somente "verdadeiras" para fazer alguma coisa. Tudo depende de nós. Se há um Deus, quero buscá-lo e alcançá-lo com minha razão.

2. Não consigo mais acreditar que os milagres de Deus sejam prêmios que privilegiam poucos. Não consigo entender que Deus se comporte como um "intervencionista" de micro realidades, deixando exércitos de ditadores “correrem frouxos". Inquieta-me saber que Deus tenha uma "vontade permissiva" para multinacionais lucrarem com remédios que poderiam salvar vidas. Não aceito que haja uma razão eterna para que governos corruptos atolem os mais pobres na mais abjeta miséria.

3. Não consigo mais acreditar que Deus, mantendo o controle absoluto de tudo o que acontece no universo, tenha sujado as mãos com Aushwitz, Ruanda, Darfur, Iraque e outras hecatombes humanas. Não aceito que ele, parecido com um tapeceiro, precisa dar nós malditos do lado de cá da história enquanto, do outro lado, na eternidade, faz tudo perfeito. Qual o propósito de Deus ao “permitir” que crianças sejam mortas pela loucura de um atirador ou que uma menina esteja paraplégica com bala perdida? Ou Ele é capaz de combater o mal e não o faz tornando-se cruel ou Ele não tem essa capacidade tornando-se um fraco.

4. Não consigo mais acreditar que a função primordial da religião seja acessar o sobrenatural para tornar a vida menos sofrida. Os cristãos, em sua grande maioria, tentam fazer da religião um meio de controlar o futuro e a mente dos incautos e sem conhecimento de causa; praticam uma fé preventiva, pois aceitam como verdade que os verdadeiros adoradores conseguem se antecipar aos percalços da vida; afirmam que os ungidos sabem prever e anular possíveis acidentes, doenças, ou quaisquer outros problemas existenciais do futuro. Fosse assim não precisaríamos de remédios, médicos ou mesmo de planos de saúde, o que os pastores exigem de seus membros para que façam para eles. Os mesmos ungidos que antevêem alguma coisa. Creio que a verdadeira fé não foge da lida, mas encara o drama de viver com coragem e receber e agarrar as oportunidades que vida nos entrega em qualquer nível.

5. Não consigo mais acreditar em determinismo, mesmo chamado por qualquer nome: fatalismo, carma, destino, oráculo. Não acredito que o mundo funcione como um relógio de quartzo. Tenho cá minhas dúvidas de quem ou o que realmente criou o mundo, mas acredito que tem espaço para a contingência. Sem esse espaço não seria possível a liberdade humana. Creio que no meio do caminho entre determinismo e absoluta casualidade resida o arbítrio humano. Entendo que liberdade é vocação: homens e mulheres acolhendo o intento do Criador para que a história e o porvir sejam construídos responsavelmente. Fazendo atos, que a razão nos cobra por fazer, certos, responsáveis e de caráter moral para o bem e não porque alguém determine que o façamos nos dando algo em troca disso.

6. Não consigo mais aceitar a bíblia como palavra de Deus ou outro livro sagrado que seja. Eles só servem para quem os aceitou como sua verdade: aceitam como autoridade porque entenderam que aquilo faz parte de seu dogma ou doutrina e que me assustam quando muitas vezes servem para destruir a intimidade, personalidade, cidadania e direitos de outros seres humanos.

7. Não consigo mais acreditar nas palavras dos oradores e jargões provenientes das igrejas.

8. Não consigo mais ver histórias que mais parecem fábulas sendo empurradas de goela abaixo de um determinado povo como sendo a verdade absoluta e inquestionável para todo um mundo, passando por cima da lógica, matemática, geografia, história, cronologia.
 
Talvez eu possa lembrar mais alguma coisa e vir a escrever uma segunda parte e que com certeza terá. Mas, o que mais me interessa hoje é saber que me sinto livre desde que perdi a fé na fé e passei a procurar um chão mais firme e não viver de lacunas.

10 de mai. de 2011

PLANTINGA: EVOLUCIONISMO E NATURALISMO SÃO INCOMPATÍVEIS?

Por: Carlos H.


Prove. A palavra ressoa desafiadora em nossos ouvidos. Quantos vezes já não fomos obrigados a provar o que quer que fosse? E o que fizemos então? O que pode ser aceito como prova cabal de que algo é verdadeiro, consequentemente taxando tudo aquilo que o contraria como falso? Mesmo que haja uma definição universal de prova, como podemos prová-la verdadeira? Método científico? Ele é incapaz de estabelecer como verdadeira uma frase tão simples quanto “o método científico é verdadeiro” pois toda e qualquer prova iria supor como verdadeiro aquilo que se está tentando mostrar como verdadeiro, em um legítimo raciocínio circular.
Para se provar qualquer coisa, portanto, é preciso antes de uma suposição inabalável e absolutamente correta sobre a qual possamos alicerçar todas as nossas demais crenças. Essa verdade absoluta precisa ser suposta e não pode ser provada, pois toda a prova deverá supô-la como verdadeira. Se a ciência permite um conhecimento legítimo e verdadeiro da Realidade, então precisaremos aceitar a metodologia científica como uma suposição dogmaticamente correta e infalível. Mas se é este o caso, por que postular como verdadeiro o metódo científico de gerar conhecimento e não outro qualquer como a reveleção sobrenatural? Princípios lógicos? Mesmo eles precisam ser cridos e não podem ser provados. Como se prova logicamente que a lógica é fiel ao que é Real? Vem a calhar aqui o bom e velho exemplo das contas matemáticas (que derivam da lógica): Como provar matematicamente qual de duas contas erradas está “menos” errada?
Stephen Hawking, em seu livro “The grand design”, utiliza o exemplo do peixe dourado no aquário para demonstrar essa miserável limitação humana. Devido ao formato do aquário – do qual o peixe jamais pode sair exceto pela morte – o peixe enxerga tudo de uma perspectiva diferente da nossa. Raios de luz retilíneos lhe apareceriam tortos e as formas que ele enxergaria seriam verdadeiras bizarrices para nós. No entanto, isto não o impediria de ter uma ciência que lhe fosse própria. Ele poderia calcular a trajetória do tal raio de luz e poderia ter uma geometria muito peculiar que lhe permitisse compreender – seja lá o que se compreende por isso – seu mundo. Ele seria capaz de adquirir conhecimento cumulativo e cada vez mais preciso sobre seu mundo, mas seria também incapaz de perceber que, na verdade, sua visão do que é real está sendo distorcida por um aquário. Inevitável questionar-nos: E se nós mesmos estivermos presos em um aquário?
É bem possível que estejamos. Como saber? Nossas crenças, que fundamentam nossos conhecimentos e, sejam eles científicos ou não, não podem provar, visto que são incapazes de sair do aquário. Como saber se a realidade tem mesmo três dimensões? Ou quatro? Ou doze? Ou duas, sendo a teceira apenas ilusória? Ou mesmo sete, sendo que duas delas são ilusórias e as outras cinco são reais, mas das três que enxergamos, todas são ilusórias? Não se trata aqui de avanço científico: Não temos como saber se estamos avançando em direção à Verdade ou em direção à ilusão. Pascal concordaria que podem haver demonstrações verdadeiras e condizentes com a Realidade, mas se o são, não temos como saber.
Para que possamos compreender melhor os pontos fortes e fracos da mais recente investida de Plantinga, precisamos ter o acima exposto bem compreendido. Plantinga, para quem não conhece, é um professor de filosofia relativamente famoso por trazer a crença em Deus – o teísmo – a um nível novamente respeitável no meio filosófico. Ao menos esta é a opinião de muitos dos que com ele concordam. Plantinga adotou uma postura intelectualmente combativa ao materialismo e ao ateísmo. Porém, ele o faz de forma muito diferente de alguém como o teólogo William Lane Craig, que parece utilizar-se de uma artimanha muito comum no meio acadêmico brasileiro: Falar asneira com convicção. A postura de Plantinga inclui elaboração de argumentos que visam, em geral, demonstrar a irracionalidade do materialismo, objetivo do argumento que abordarei aqui, e também demonstrar a racionalidade da crença em Deus – o que é diferente de querer provar racionalmente a realidade de Deus – fazendo uso, por exemplo de sua versão modal do argumento ontológico.
Este é um ponto importante a compreender em Plantinga, pois é um dos pontos fortes de seus argumentos: Eles não visam estabelecer nenhuma verdade dogmática. Plantinga acredita sim, em Deus e ele tem sim um dogma a seguir. Porém, seus argumentos no âmbito filosófico, ao menos até agora, não buscaram de forma nenhuma estabelecer dogmatica e racionalmente a verdade absoluta daquilo em que Plantinga acredita e sim demonstrar que crer naquilo que ele crê pode ser tão racional e irracional quanto acreditar em qualquer outra coisa. Isto é algo duro de engolir para os cientistas e os neo-ateus, pois Plantinga está certo. Porém, somente no sentido de que um materialismo e um ateísmo dogmáticos são insustentáveis. Ele erra, no entanto, ao advogar que estes sejam impossíveis. Seu argumento não os refuta. Ao contrário, os torna irrefutáveis, o que não é novidade em se tratando de hipóteses metafísicas. Plantinga errará ainda mais se afirmar ser Deus uma certeza absoluta.
Em resumo, o argumento de Plantinga afirma que, se o evolucionismo é verdadeiro, então nossa capacidade de observar, analisar e de nos relacionarmos com o que é Real deve ser severamente questionada, visto que a seleção natural privilegia o que aumenta as chances de sobreviência e reprodução, em detrimento de uma capacidade de enxergar a realidade como ela realmente é. Num exemplo do próprio Plantinga: ao sapo não faz diferença se ele comer a mosca porque acredita ser aquilo necessário para algum processo de seu organismo ou se ele comer a mosca porque crê que se transformará em um príncipe encantado quando conseguir “acertar a mosca certa”. Ele come a mosca e sobrevive para se reproduzir, e é o que importa para a seleção natural.
Embora alguns possam objetar certos detlahes técnicos, de forma geral, o argumento de Plantinga é muito pertinente e mortal, mas não contra o materialismo e sim contra o materialismo dogmático. Não contra o naturalismo, mas contra o naturalismo dogmático. Em suma: contra toda forma de dogmatismo. Se somos, como creio, apenas corpos e viemos de um universo puramente físico que não pensa (se pensasse, seria Deus) como podemos pensar? Como podemos ter certeza de qualquer coisa se, no fundo, toda certeza não passa de um determinado estado físico? Uma sensação de certeza? É por isso que todo aquele que pretender ter qualquer tipo de certeza absoluta sem abertura à dúvida precisará postular um dogma anterior a todo e qualquer conhecimento. E este dogma, seja ele qual for, deve ser aceito sem questionamento.
É neste ponto que Plantinga afirma que, aqueles que crêem em Deus, não tem receios quanto à veracidade daquilo que vêem e sentem, pois se a Realidade é um espírito, algo que pensa, sabe, quer, ou seja, Deus e se ele nos fez à sua imagem e semelhança, presumivelmente nos deu a capacidade de conhecimento. É neste ponto que Plantinga sai de seu próprio argumento, passando a apresentar uma versão elaborada de Deus que seria capaz de fugir ao problema do naturalismo imposto pelo evolucionismo. Evolucionismo, aliás, que Plantinga vê como uma espécie de “processo Divino” guiado por Deus para que cheguemos até aqui e, quem sabe, partamos para algo melhor. De forma tão miserável quanto os materialistas, no entanto, ele nada pode fazer para provar que estas suas crenças são tão ou mais verdadeiras do que as crenças materialistas.
Ao sair do âmbito metafísico em que enquadrou seu argumento, Plantinga voltou para o aquário de nossa realidade (e não Realidade). Ele pode sim, hipotetizar à vontade sobre o que há lá fora, mas se quiser hipotetizar aqui dentro, terá de seguir as regras do jogo, especialidade da ciência. Por mais que se sinta à vontade para supor que, quem acredita em determinada coisa não precisa se preocupar com este ou aquele problema filosófico, isto não eliminará, de forma nenhuma, todos os problemas filosóficos enfrentados pela crença em Deus. Se assim fosse, porque ele precisaria de qualquer outro argumento que não este?  Aqui, ele terá de fazer uso de nossa lógica limitada, de nossas crenças bizarras, de nossa irracionalidade e de nossa miserável e necessária convivência com a incerteza. Não que devamos deixar de pensar  só pelo fato de não podermos alcançar a verdade absoluta. Ao contrário: Se tivéssemos acesso à ela, para que pensaríamos?
Aqui dentro, a ciência já mostrou a que veio e a ela pouco importa como são as coisas lá fora. De lá nada se pode saber. É este, aliás, o princípio do critério de demarcação definido por Popper. Tudo o que está no aquário está no domínio da ciência. Fora do aquário é terra sem lei.

1 de mai. de 2011

A CRIAÇÃO DO MITO DE JESUS




Os evangelhos não se pretendiam uma narrativa história mas um “midrash” (uma composição de trechos das Escrituras que, do ponto de vista do autor, estão relacionados e confirmam a mensagem que ele quer transmitir). Ou parábolas com o enxerto de referências históricas. A intenção dos evangelistas não era registrar com precisão os fatos mas transmitir ensinamentos religiosos.

Paulo foi um dos principais criadores da figura de Jesus. Ao cair do cavalo na estrada para Damasco, vítima de insolação ou epilepsia, julgou estar divinamente inspirado. Analisou as Escrituras em busca de revelações ocultas e, acreditando que toda e qualquer idéia que lhe ocorria também era inspiração de Deus, pareceu-lhe ter nelas encontrado o anúncio da vinda de Jesus.

O mundo de Paulo ainda era fortemente influenciado pela civilização grega, sua cultura e seus deuses. Para os gregos e seus vizinhos, a verdadeira realidade era a realidade mítica, onde viviam deuses e anjos. O mundo material era apenas um reflexo dela, as sombras na caverna de Platão. As Escrituras não continham profecias, mas revelavam um pouco desta verdadeira realidade.

O sofrimento e morte de Jesus eram fatos já ocorridos nessa realidade espiritual, num tempo diferente do nosso, assim como as aventuras dos deuses gregos, não algo que ainda ocorreria no mundo material (NOTA 1). Era desta “realidade” que falava Paulo, não de um Jesus de Nazaré, de carne e osso. E seus “fatos” vinham das Escrituras e das revelações de um Jesus espiritual. Na verdade, era Deus que fazia as revelações. Jesus era apenas seu canal de comunicações, o “Logos” grego, a “Sabedoria” judaica. Paulo descobriu “sobre” Jesus nas Escrituras e inspirações divinas, não “da boca de” Jesus. Jesus era o “segredo que esteve escondido durante eras” e que foi revelado por Deus.

Era necessário ter fé nesse Jesus mítico, espiritual, como Paulo por tantas vezes insiste.

Mas por que seria necessário ter fé em que um homem existiu neste mundo, morreu e ressuscitou? Isto seria um fato histórico, não algo só acessível através da fé. Foi só mais tarde que se criou o conceito de um Jesus feito homem. Sua biografia foi tirada das Escrituras. As narrativas do A.T., que foram sua origem e contavam uma história já ocorrida, tornaram-se aos poucos profecias a respeito de sua futura vinda.

Mesmo em livros escritos por volta do ano 120 d.C. ainda se mencionam passagens do A.T. como fonte, não os evangelhos (que já deveriam ter sido escritos e ser muito famosos e conhecidos, se tivesse havido um Jesus e seus discípulos estivessem ativamente difundindo seus ensinamentos).

Mas ninguém fala “conforme eu ouvi da boca de Jesus”, “conforme ensinou Fulano, que foi discípulo de Jesus”. Paulo só vai a Jerusalém anos depois de cair do cavalo e nem menciona os lugares santos ou sua emoção em visitá-los. Vai lá apenas para se encontrar com Pedro. E ninguém menciona Pilatos e o julgamento de Jesus.

Paulo era o mestre, não Jesus. Em todas as suas disputas com os outros discípulos, ele jamais foi acusado de distorcer as palavras de Jesus. Não havia “palavras de Jesus”. Os evangelhos e sua vida terrena ainda não tinham sido inventados.

É possível que versões primitivas dos evangelhos já existissem no final do primeiro século, mas não faziam parte da corrente paulinista, predominante. Só durante o segundo século começaram a ser mencionados e se incorporaram ao conjunto de crendices contraditórias que cercava a figura de Cristo, defendidas por centenas, talvez milhares de seitas que brigavam entre si.


Os evangelhos são uma montagem de elementos de várias fontes:
Muitos dos ensinamentos atribuídos a Jesus foram encontrados nos manuscritos do Mar Morto, escritos pelos essênios pelo menos 100 anos antes de Cristo. Eles eram conhecidos pelo seu desprezo às coisas materiais, faziam-se batizar para a purificação do corpo e do espírito e iniciavam a vida pública aos 30 anos, após 40 dias de jejum no deserto. Esperavam para breve a vinda do reino de Deus.

Frases como “amar seus inimigos”, “se lhe pedem o casaco dá também a camisa” e “dar a outra face” derivam dos estóicos/cínicos, um movimento filosófico de origem grega que pregava o retorno a uma vida mais simples e humilde, em oposição ao materialismo da sociedade urbana.

Muitos outros foram tirados do “Documento Q”, uma coleção de ditos resultantes da mistura da filosofia estóica/cínica, com o messianismo judeu. Quando os evangelistas inventaram uma vida terrena para Jesus, cada um localizou os ditos em contextos diferentes. Exemplos:

– A história do salvador nascido de uma virgem e tentativas de matá-lo quando criança;
– Sua morte e ressurreição (em vários casos, no terceiro dia);
– Céu, inferno e juízo final (que não existiam no judaísmo original);
– Petra, no mitraísmo e no “Livro dos Mortos” egípcio, era o guardião das chaves do céu. O mitraísmo também denominava Petra a um rochedo considerado sagrado;
– Hórus lutou durante 40 dias no deserto contra as tentações de Satã;
– Hórus, a luz do mundo; o caminho, a verdade e a vida;
– Hórus batizado com água por Anup;
– Hórus representado por uma cruz;
– A trindade Atom (o pai), Hórus (o filho) e Ra (o espírito santo);
– Hórus e Mitra tinham 12 discípulos;
– Apolônio, Mitra e Hermes eram conhecidos como “bom pastor” e eram representados com um cordeiro nos braços;
– A última ceia, freqüentemente com uma bebida e um alimento que representavam o corpo e o sangue de algum deus;
– A estrela guia, elemento freqüente em lendas e mitologias antigas;
– Tamuz, deus da Suméria e Fenícia, foi gerado por uma virgem, morreu com uma chaga no flanco e, três dias depois, levantou-se do túmulo e o deixou vazio com a pedra que o fechava a um lado. Belém era o centro do culto a Tamuz.


Falsas profecias:
Uma comparação cuidadosa revela que vários outros trechos foram aproveitados fora de contexto ou tomados como profecia, quando na verdade se referiam a outras coisas. Exemplos:

– Lucas 01:28-33, onde o nascimento de Jesus é anunciado a Maria, uma cópia quase exata de Sofonias 03:14-18, onde se profetiza o triunfo de Israel sobre as nações que a oprimiram;
– Mateus 02:05-06 e João 07:42, onde se diz que o nascimento de Jesus em Belém fora profetizado. Entretanto, o trecho que fala de Belém (Miquéias 05:02), se refere ao clã de David, Belém Éfrata, e não a uma cidade. Além disto, mesmo que fosse uma cidade, o tal Messias profetizado viria para espalhar o terror e a morte entre os inimigos de Israel e torná-la poderosa, enquanto que Jesus afirmou que “meu reino não é deste mundo”;
– Mateus 01:22 cita Isaías 07:14 sobre o nascimento do messias de uma virgem, quando Isaías falava de uma criança de seu tempo, 700 anos antes de Cristo, não de uma virgem mas de uma jovem, não de Jesus mas de Emanuel;
– Mateus 21:01-07 (e os outros evangelistas) dizem que a entrada de Jesus em Jerusalém montado num jumento fora prevista em Zacarias 09:09 mas, mais uma vez, o rei de que fala Zacarias era um rei humano, que reinaria sobre Israel, não Jesus. As aclamações do povo foram tiradas do Salmo 117:26 (“Bendito o que vem em nome do Senhor”);
– Mateus 26:15 e 27:03-10 fala da traição de Judas e das 30 moedas como tendo sido profetizada em Salmos 41:09 e Zacarias 11:12-13. Entretanto, nenhuma das passagens fala do messias. Nos salmos, é David, o autor, que se diz traído e se considera um pecador.

E Zacarias diz ter recebido as 30 moedas por um serviço prestado, sem nenhuma traição envolvida (e ele também devolve as moedas). Mateus diz que a compra do campo do oleiro com as 30 moedas fora profetizada por Jeremias, mas tal profecia não existe.

– João 02:14-16 (e os outros evangelistas) falam sobre como Jesus expulsou os vendilhões do Templo. Considerando-se o tamanho do pátio do Templo e o fato de que o comércio de animais era essencial à realização dos sacrifícios pelos fiéis, não tinha nada de ilegal e tinha o apoio das autoridades religiosas, parece improvável que um único homem com um chicote conseguisse expulsar a todos, ainda por cima impunemente. Esta passagem parece ter sido inspirada em Zacarias 14:21 (“Naquele dia não tornará mais a haver mercador na casa do Senhor dos Exércitos”) e Jeremias 07:11 (“Esta minha casa está convertida em um covil de ladrões”);
– Os Salmos 22:02-19 e 69:22 foram usado na crucificação, embora nele David falasse de seus inimigos e da perseguição que sofria do rei Saul: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? [...] Todos os que me vêem zombam de mim, abrem a boca e balançam a cabeça: "Ele recorreu a Javé ... pois que Javé o salve! Que o liberte, se é que o ama de fato!" [...] Cães numerosos me rodeiam, e um bando de malfeitores me envolve, furando minhas mãos e meus pés. Posso contar todos os meus ossos. As pessoas me observam e me encaram, entre si repartem minhas vestes, e sorteiam a minha túnica". "Como alimento me deram fel, e na minha sede me deram vinagre”

De qualquer modo, não se podem levar a sério profecias que se dizem realizadas no mesmo livro em que foram feitas. É preciso que a comprovação seja externa ao livro. E isto não acontece. Um exemplo perfeito de profecia fracassada está em Ezequiel 26 e 29 (NOTA 2). E pode-se suspeitar de que várias "profecias" foram feitas depois do fato ocorrido.

Profecias e histórias sobre o justo que sofreu, foi injustamente acusado, perseguido e morto (ou foi salvo da morte no último instante), sendo então reabilitado e exaltado, são comuns ao longo da Bíblia. Refletem provavelmente os sonhos de grandeza dos judeus, povo freqüentemente perseguido e escravizado, e suas esperanças de que seu deus os ajude a triunfar sobre povos que os oprimiam.

Além disto, mesmo que Jesus tivesse existido, ele certamente seguiria as Escrituras como um roteiro para provar que era o Messias. Por exemplo, entraria em Jerusalém montado num jumento como fez o rei humilde em Zacarias 09:09. Note-se que os evangelhos dizem claramente “e ele o fez para que se cumprissem as Escrituras”.


Cronologia resumida do surgimento dos evangelhos:

Há uma epístola apócrifa, denominada 1 Clemente, enviada de Roma aos Coríntios no ano de 96 d.C., onde pela primeira vez Jesus é mencionado como mestre e ensinamentos lhe são atribuídos. Várias passagens lembram o Sermão da Montanha mas há outras que também lembram os evangelhos mas não são atribuídas a ninguém ou então citam o Antigo Testamento. Ainda não há menções a uma vida terrena nem sobre milagres ou João Batista. Mesmo quando fala do julgamento e morte de Cristo, Clemente cita Isaías. Seu Jesus parece ser algo que ele construiu a partir das Escrituras.

Por volta do ano 107 d.C., nas 7 cartas escritas por Inácio, surgem as primeiras menções a Herodes, Pôncio Pilatos e Maria. Há até um trecho sobre a aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos, mas ainda nada se diz dos evangelhos ou que Jesus tivesse sido um mestre.

Na época de Inácio foi escrita a Didaké (ou Didache), onde nada se fala dos ensinamentos de Jesus e a oração do Pai Nosso é atribuída diretamente a Deus. Nada de última ceia, morte e ressurreição. Deus é o mestre e Jesus aparece apenas como filho de Deus e seu servo, cuja função é servir de canal de comunicação entre Deus e os homens.

O nascimento de um Jesus terreno aparece pela primeira vez no texto “Ascensão de Isaías”, que data de 115 d.C. Mas a história é diferente. Jesus nasce na casa de Maria e José em Belém, não numa mangedoura durante uma viagem, e Maria só mais tarde descobre que seu filho era especial. Nada sobre pastores, magos, Herodes e fuga para o Egito. Os evangelistas se basearam nesta história mas cada um a modificou à sua maneira, mantendo em comum apenas a referência a Belém, provavelmente por causa da profecia de Malaquias sobre o nascimento lá de um futuro rei de Israel. A fuga para o Egito, por exemplo, só existe num dos evangelhos. Em outro, Jesus volta diretamente para casa e é apresentado no templo (NOTA 3).

A primeira referência a Pilatos numa epístola surge em 1 Timóteo 6:13, que deve ter sido escrita por volta de 115 d.C., mas ela é tão omissa quanto ao resto que acredita-se que esta seja uma inclusão posterior. 1 Tessalonicenses afirma que os judeus mataram Jesus mas há um consenso entre os estudiosos da Bíblia sobre esta ser uma inclusão posterior também.

2 Pedro, escrita por volta de 120 d.C., fala na vinda futura de Jesus (não o seu retorno) e seu autor cita profecias do AT, não uma promessa feita por Jesus. No fim do capítulo 1, esta epístola menciona algo que lembra a transfiguração de Jesus dos evangelhos mas o fato é apresentado como uma amostra do que seria a vinda futura de Jesus e de seu poder. E a fonte, mais uma vez, são as Escrituras, não um Jesus terreno.

Barnabás (120 d.C.) é mais uma coleção de tradições orais e lendas, sem menção aos evangelhos ou Jesus de carne e osso, embora algumas passagens lembrem seus ensinamentos e haja vagas referências a acontecimentos históricos. Quando fala da paixão de Cristo, se baseia nas Escrituras.

Uma carta de Policarpo, bispo de Esmirna (130 d.C.) já está bem próxima dos evangelhos em vários trechos mais ainda faz referência aos documentos acima, não aos evangelistas.

Há escritos de Papias da época de Policarpo que se perderam mas são mencionados por Eusébio e estes começam a fazer referência aos evangelhos. Segundo Eusébio, Papias disse que um certo João disse que Marcos tinha sido o intérprete de Pedro e registrou o que Pedro ainda se lembrava dos ensinamentos do Senhor, aos pedaços e sem ordem. Ou seja, ainda não era um evangelho narrativo.

Por volta de 140 d.C, o gnóstico Marcião usou trechos de uma versão prévia do que viria a ser o evangelho de Lucas. Sabemos disto porque Tertuliano condenou sua interpretação do texto anos mais tarde. A versão que Marcião usou era diferente da atual, o que mostra que os evangelhos passaram por várias revisões. E isto ocorreu provavelmente porque na época os evangelhos não passavam de textos soltos de vários autores e ninguém os considerava sagrados nem inalteráveis, apenas considerações pessoais sobre Jesus e seus ensinamentos.

Na verdade, este processo de revisão pode ser visto ao longo dos 30 anos que separam Marcos de João. Cada um é uma adaptação do anterior à realidade de sua época. Um exemplo é o progressivo envolvimento dos judeus na condenação de Jesus e a “desculpabilização” dos romanos.

Os evangelhos, aliás, nem tinham nomes. Justino, o Mártir, por volta de 150 d.C. ainda os chama apenas de “Memórias dos Apóstolos” e o que ele cita são apenas ensinamentos soltos. Tais trechos divergem dos evangelhos atuais e não há nada do evangelho de João.

A primeira menção que já foi encontrada aos 4 evangelistas é a de Ireneu, bispo de Lyons, por volta de 180 d.C., onde ele comenta que deveria haver 4 evangelhos porque havia 4 ventos e 4 cantos da Terra.

Finalmente, acredita-se que os Atos tenham sido escritos pela igreja de Roma em meados do segundo século para criar uma imagem mais favorável de Paulo, que na época era apontado pelos gnósticos como seu líder (por se basear apenas nas revelações recebidas diretamente de Deus e não através da Igreja, ou seja, do Jesus terreno e dos apóstolos). As epístolas, pelo contrário, mostram Paulo rejeitando a versão de Tiago e os outros, embora eles tivessem convivido com Jesus.


Notas:

(1) Os gregos (e também os europeus até os tempos de Copérnico e Galileu) acreditavam que a Terra era o centro do universo. Em volta dela havia esferas de cristal concêntricas, cada uma sustentando um dos 7 planetas conhecidos. Na esfera mais interior, a da Lua, ficavam os demônios, mensageiros entre os homens e os deuses, e além da sétima esfera ficavam os deuses. Para Paulo e seus correligionários, em vez dos deuses havia um único deus e os demônios eram forças do mal (em Efésios 06:12 eles estão nas regiões celestes; só mais tarde foram relegados às profundezas da terra; são eles os dominadores do mundo, não os humanos). Segundo apócrifos do fim do primeiro século, como a “Ascensão de Isaías”, Jesus teria partido numa jornada através das esferas até chegar à mais interior, nascendo de uma mulher (assim como Attis nascera de Cibele e depois se sacrificara). Os demônios, sem perceber quem ele era, o teriam morto. No final do século I, nenhuma menção a um Jesus terreno. Nada de perdão dos pecados, nada de ensinamentos. Pilatos não o julgou, não houve Calvário. A missão desse Jesus, que tinha aparência humana mas não era de carne e osso, era derrotar o anjo da morte e resgatar os justos. I Coríntios 02:08 fala novamente dos dominadores do mundo, não de Pilatos, por exemplo. Orígenes e Marcião também interpretam Paulo desta forma. Jesus desce então aos infernos (o Sheol) e ressuscita três dias depois. Retorna aos céus levando com ele as almas dos justos e, a partir desse dia, os justos que morressem iriam também para o céu. Este era o segredo escondido, no qual era preciso acreditar para se escapar do inferno. Jesus era o cordeiro imolado desde o início dos tempos (e não no ano 33).

(2) Ezequiel 26 diz que Yaveh deu a cidade de Tiro a Nabucodonosor para saquear e destruir. A cidade seria coberta pelo mar e nunca mais voltaria a existir. A história nos diz que Tiro foi sitiada por Nabucodonosor mas que este não conseguiu tomá-la. A cidade foi destruída séculos mais tarde por Alexandre o Grande mas recuperou-se e é hoje uma cidade moderna. E o mar não a cobriu. Ezequiel 29 diz que, como compensação pelo fracasso em Tiro, Yaveh lhe daria Egito e os países vizinhos, também para saquear e destruir. O Egito seria devastado para sempre e seus habitantes se dispersariam pelo mundo. Nada disto aconteceu.

(3) A estrela guia é um elemento comum nas histórias de heróis antigos e também há uma matança de inocentes na lenda de Moisés. Herodes matou vários de seus próprios parentes com medo que lhe tomassem o poder, o que pode ter inspirado os evangelistas, mas não há registro histórico de matança indiscriminada de crianças.


Fontes:

Sobre a definição do cânon da Bíblia: http://www.infidels.org/library/modern/larry_taylor/canon.html

Sobre o uso de passagens do Antigo Testamento: Miracles and the book of Mórmon:
http://www.bowness.demon.co.uk/mirc1.htm

Sobre a influência de religiões antigas:
http://www.strbrasil.com/Atheos/jesus.htm
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=2092&cat=Ensaios

Sobre a ausência de menções a um Cristo histórico no primeiro século: The Jesus Puzzle, por Earl Doherty:
http://www.humanists.net/jesuspuzzle/home.htm
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