28 de nov. de 2010

O ROMANTISMO DOS ESCRITORES SACRO




Florear e romancear uma história não tem nada a ver com dar sentido amoroso a um enlace de um par específico de personagens históricos ou fictícios. Mas sim em explicar a condição humana como conseqüência de algum tipo de trajetória épica de uma acirrada luta entre o bem e o mau. Uma historia romântica é simplesmente uma saga com origens espirituais metafísicas em que no final o bem sempre ganha do mau.

Anseio este de triunfo do bem, que dominou sempre as almas piedosas e vitimas do mau e da maldade humana. E que por isso, como demanda humana que deseja um produto que venha satisfazer seus anseios de justiça, possibilitou o êxito absoluto das interpretações escatológicas que explicam a causa, motivo, origem e final de toda maldade humana num desfecho cósmico divino satisfatório e espetacular.

O grande motivo do sucesso das grandes religiões e instituições religiosas é a capacidade poética e organizada dos escritores sagrados e teólogos renomados em explicar de forma romântica e sistemática cada coisa e acontecimentos humano num conjunto teológico auto-suficiente e fechado de visão de mundo. Capacidade esta natural em todo grande escritor com seu próprio sistema filosófico.

Particularmente a doutrina cristã de que a maldade humana tem origem em uma Queda de um primeiro homem, e em uma necessidade de redenção efetuada por um sacrifício divino, além de ser coerente em si em todo o seu conjunto, é uma das historias mais lindas e confortadoras que a humanidade teve o privilégio de ouvir. Mas que só é uma bela historia no mundo fechado e reducionista da mente dos cristãos transformados pela poderosa influencia moral desta epopéia sagrada.

Posto que depois de tanta luta, tanta lagrima, tanta miséria e dor humana. Tanta infelicidade e desejo de felicidade, tanto ardor e paixão dos homens, tantas idéias, tantas crenças e religiões neste mundo, tantas produções e tantas guerras dos homens. Tantas historias humanas, tantas alegrias, tantas pessoas, tristezas e belezas nesta vida, um fim em que a maioria absoluta de todos os nossos semelhantes amigos e parentes vão ser condenados para sempre por não se tornarem cristãos enquanto poucos que conseguem serão salvos, é o desfecho mais pobre, da historia mais triste, e do “Deus” mais desumano mesquinho e injusto que existe.

Pois a historia de um deus que condena um ser humano que nasceu em desventura e que no anseio de buscar sua felicidade pecou por setenta anos ao sofrimento eterno simplesmente por que não acreditou em seus mediadores é tão monstruosamente injusta que anula totalmente o seu lado belo de um deus que se encarnou para salvar os pecadores arrependidos. É muita condenação para a proporção de pecados de seres atirados arbitrariamente a existência num estado de miséria moral e existencial, que além de serem azarados e infelizes neta vida, ainda por cima vão viver para todo o sempre no lago de fogo do inferno.

O evangelho desenvolvido a partir dos primeiros discípulos e aperfeiçoado pelos primeiros teólogos da igreja cristã como interpretação espiritual da vida, ensino e obra de Jesus sob a influencia da Idea grega do logos, só tem valor pelo seu efeito curativo individual na psique de milhares de pessoas deste mundo, mas como verdade universal é de longe a pior conclusão que um mundo e universo tão vasto, belo, mágico e complexo poderia ter! Que só pode ter sentido e ser aceito como verdade no mundo subjetivo de quem pela mente esta submergido a este modo romântico de interpretação de mundo.


Gresder Sil 

2 comentários:

  1. "Posto que depois de tanta luta, tanta lagrima, tanta miséria e dor humana. Tanta infelicidade e desejo de felicidade, tanto ardor e paixão dos homens, tantas idéias, tantas crenças e religiões neste mundo, tantas produções e tantas guerras dos homens. Tantas historias humanas, tantas alegrias, tantas pessoas, tristezas e belezas nesta vida, um fim em que a maioria absoluta de todos os nossos semelhantes amigos e parentes vão ser condenados para sempre por não se tornarem cristãos enquanto poucos que conseguem serão salvos, é o desfecho mais pobre, da historia mais triste, e do “Deus” mais desumano mesquinho e injusto que existe."

    Achei isso genial. É exatamente o que eu penso.

    Ressalto ainda:

    O desfecho final (na minha opinião) é de que, no fundo, o mal vencerá, visto que o número de perdidos será bem maior do que o de salvos.
    O tal diabo, terá convencido e seduzido a maior parte dos seres humanos e apesar de ser morto, será vitorioso no quesito ganho de almas!

    Além do que, que prazer haverá no céu sem seus grandes amigos, cristãos ou não, pra compartilhar? Muitos bons por isso, preferirão a morte (eu sou um deles)

    Pra mim quem abandona amigos a morte por uma salvação individual é um covarde! E se no céu não haverão covardes essa história está um tanto mal contada!

    Excelente postagem

    Abraço

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  2. Existem coisas que as gente deve questionar e outras que a gente deve simplesmente varrer de nossa vida.
    Estou varrendo a hipocrisia e vivendo a melhor realidade. Voando para a liberdade. Matando os fantasmas. Ghost buster.
    Obrigado pela visita.

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